25 de jul. de 2015


Por esta porta já passou um mundo.
Passarela de “um indo e vindo infinito”.
Portal de preocupações, medos, incertezas, alegrias.
De enganos, inquietações, arrependimentos, surpresas.
De chegadas tardias, de saídas “pra nunca mais” 
e de retornos em busca de colo, de cura.
Já foi aberta com o coração “na boca” 
e fechada com saudade instantânea - aquela, que começa no exato momento da partida. 
E então, serviu de escora para o choro...
Encostada nela, tantas vezes esperei...
Foi cenário de abraço na chegada e de beijo na despedida.
Por aqui, boas notícias vieram e alguns sonhos escaparam.
Amores chegaram, outros foram embora.
Por ela saiu a menina vestida de noiva,
o filho para o seu primeiro dia de aula.
Através dessa porta vi, no jardim, gente sorrindo,
comemorando, 
dançando, 
brindando à amizade e partilhando incertezas de momentos difíceis.
Tantos amigos por aqui passaram.
Mas, por ela, não entra mais um pai...
E, por isso, a saudade diariamente passa por aqui.
Também não entram mais o desamor, 
os quem eu não confio, 
nem o interesse ou o socialmente conveniente.
Por esta porta agora só entra
quem quer se demorar,
quem vem desarmado,
quem deseja, de verdade, estar aqui.
Hoje ela é limite.
Fechada para tudo que não acrescenta. 
Aberta, sempre aberta, para a esperança,
para os amigos sinceros e novas alegrias.

Era pra ser só porta de casa, mas é também, porta de mim.

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